Os melhores guionistas teriam dificuldade em conseguir captar e transmitir de forma credível as ironias e coincidências que acontecem diária e constantemente na vida de cada um de nós.
Quantas vezes damos por nós a reproduzir a célebre frase "isto contado, ninguém acredita"... Quantas vezes, ao pensar que algo já é surreal, é adicionado algo ainda mais inimaginável.
Quando se tratam de coincidências felizes, aceitámos. Assumimos que é mágico: no caso das relações humanas, achámos mesmo que é o "destino". Pior é quando as coincidências e sucessão de acontecimentos que nos vão acontecendo são desafortunados. Aí dividimo-nos entre reacções de cólera, revolta, ou como se vai vendo aqui e além, convicções de se tratar de energias superiores "maus olhados"... you name it!
Somos um bicho muito estranho.
Esta mania de racionalizar tudo,ou melhor, de tentar justificar tudo (que muitas das justificações de racional, têm pouco) vai-nos lentamente levando para um cansaço, desgaste e destruição inevitáveis.
Por ora, e face aos acontecimentos que se têm vindo a suceder ao longo dos últimos meses, tento somente manter toda a tranquilidade que esteja ao meu alcance.
A convicção de que tudo acabará por correr bem, tenho-a comigo.
Se traz mudanças face ao que porventura poderia ter perspectivado para o meu curto/médio prazo? Sem dúvida.
Mas isto só me relembra como é arriscado projectar. Como devemos ser cautelosos em imaginar que teremos esse tempo, que ninguém em boa verdade nos garantiu.
Se os planos que eventualmente tinha em mente não forem coincidentes com a realidade que se avizinha, existe apenas um responsável: eu. Por ter criado expectativas. Por ter "falhado" na leitura do que seria... e novamente... ao dizer que falhei, estou a incorrer na mesma falha: assumir que já sei o desfecho e que ele será forçosamente diferente do que eu inicialmente vislumbrei. Mas quem sabe? Ninguém sabe o que reserva essa entidade que existe unicamente no nosso imaginário. Não sei o que cabe nesse futuro. Mas acredito nele. E tudo farei para que seja a minha perspectiva mais feliz. Mesmo com o risco associado.
Venha o 6 de Março. Sem ansiedade, nem conjecturas. Venha com o que tiver para mim.
Cá estarei.
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