sexta-feira, agosto 21, 2015

It was the hardest part

"And the hardest part 
Was letting go, not taking part 
Was the hardest part"

Assim cantaram os Coldplay, numa das muitas músicas que consegue de imediato transportar-me para um período temporal bem específico.
Foi bom reencontrar esta melodia, no acaso do típico scan da rádio numa viagem de final de dia, aparentemente, sem nada de especial que o pudesse denunciar. 
Foi igualmente interessante sentir como a mesma música tem hoje uma interpretação diferente, como os significados e atribuições vão mudando com o nosso trajecto e vivências.
A parte mais difícil é de facto decidir quando basta. Reside na capacidade de ter a clarividência da percepção que aquele é o ponto de não retorno.
Não tenho ainda a experiência que me permitirá certamente lidar com este processo de forma menos desgastante, não obstante, por hora, esta é das experiências mais exigentes e difíceis de levar a cabo. Quase se trata de um processo de luto, mas com a agravante de ser um luto de um vivo. Estranho? Mas é assim mesmo que o sinto... há pessoas, com as quais o grau de ruptura é tal que simplesmente parece que deixaram de existir. Permanecem apenas no nosso imaginário e nas nossas memórias.... mesmo que o seu plano físico subsista.
E acredito que seja a forma melhor de ver as coisas, não é que as pretenda "matar" no plano literal. Consola-me a ideia de as suas vidas prosseguirem e espero que da melhor forma possível (embora não faça questão de o acompanhar), apenas se trata de uma simplificação de relações que por muitos e variados motivos foram-se desprendendo das vidas umas das outras e acabaram por se tornar independentes. Pessoalmente, dei por mim a conseguir aceitar mais a ideia de conservar essas pessoas com o seu banco de memórias, que recruto sempre que necessário, anulando desta forma a componente dolorosa que tendemos a conceder ao afastamento e saudade.
O tempo tem sido um excelente orientador. E após assentar a poeira, é-nos permitida uma visão muito mais limpa da realidade.
Já lá vão 9 anos de experiências egocêntricas por aqui.
E é tão bom sentir esta paz no contacto com o exterior
:)

quarta-feira, junho 10, 2015

Nitromanite



Duas perspectivas do mesmo acontecimento têm efectivamente um infindável número de interpretações. Por isso sempre me fui obrigando a fazer o exercício inverso, o de momentaneamente vestir a outra pele, ver a situação daquele prisma.
Todos nós seguimos uma certa lógica na nossa interpretação dos factos e acontecimentos, e a mim apraz-me pessoalmente perceber qual foi a construção mental que esta ou aquela pessoa fez, que a levou ali.
E é um exercício  que me permite relacionar com pessoas completamente diferentes. Tentar negar à partida que a nossa carapaça conceptual e moralista própria interfira, permitir a abertura necessária para entender (concordando ou não) os comportamentos dos outros, nem sempre é um exercício fácil, mas é muito útil para melhor entender a humanidade.
E tenho de mim (embora consciente de ser uma visão algo parcial), uma imagem, modo geral compatível com uma pessoa tolerante.
Não sou de exigências. Não me vêem de lista na mão a dizer "porque eu fiz isto, isto e aquilo..." "quero que me faças X,Y e Z" (...) sempre advoguei que quero das pessoas apenas o que elas considerarem meu. Aqui incluo atenção, encontros, partilhas... tudo.
Mas toda a minha tolerância se esfuma quando me cobram em retorno. Quando reclamam não ter dito, ou feito, ou acontecido. E ironicamente tal tende a acontecer com as pessoas que menos legitimidade têm para o fazer (será algum ataque já com vista à defesa?? Who knows?)
...
Ontem foi um desses momentos, e mais uma vez a Miss R (sou eu para os mais distraídos), teve um momento daqueles em que as pessoas que me são mais próximas me dizem que parece baixar outra entidade sobre mim. E foi entrar em modo tolerância zero e liçãozinha de educação máxima.

Não são situações que goste, não gosto de situações limite. Mas cada vez mais me vou acostumando a ter de reagir em situações emergentes. Talvez seja ocupacional. Talvez reflicta um sinal dos tempos, em que as pessoas foram perdendo o hábito de discutir francamente esta ou aquela situação. Hoje não se diz "não gostei que tenhas feito isto (...) fiquei magoado com aquilo". Hoje tendencialmente enviam-se recados camuflados sob a forma de piada. Mas apesar da minha coloração capilar, não tenho a ingenuidade que talvez queiram pensar de mim... e sempre que me criarem uma situação deste género, virarei automaticamente Nitromanite.

segunda-feira, abril 06, 2015

V-04.15

Abril.
Chegou com uma paz feliz.
Família, sol e tempo.
Pausas deviam sempre ser nestas condições.
Como sabem bem.
Não deixa de custar saber que em breve tudo recomeça. Mas faz parte. Sei o que me espera. E é bom saber que já falta pouco.
Tem sido uma longa caminhada... mas o facto de não a fazer sozinha traz outro alento.
Em breve haverá outra pausa lectiva, será no entanto mais trabalhosa, mais voltada para os exames.
Mas estarei novamente em casa.

domingo, março 01, 2015

Nova foto para partilhar



Foi desta forma que recebi uma notificação, qual ordem, do tio Google. Parece que agora não posso guardar foto nenhuma, sem que o tio assuma que seja coisa importante o suficiente para partilhar com o mundo.
Mania que manda.
Mas até foi uma sensação feliz olhar novamente para ela. Guardei-a por graça. Nem reflecti muito quando o fiz. Apenas aquele pensamento de fundo: "olha que esta imagem ainda vai dar jeito".
Não mais pensei no caso.
Hoje quando a revi, senti aquele conforto típico de quando vemos algo que significa uma batalha ganha. Em parte foi isso. Os primeiros anos de Medicina foram marcados diária e constantemente por esse pequeno monstrinho que é a Anatomia. É quase uma luta de nomes contra um cérebro. Cérebro este que é preguiçoso e tende a mandar embora tanta informação. Mal do processo é que mais tarde esta informação que o cérebro gentilmente dispensou, nos volta  a ser precisa,  e faz-nos perder mais não sei quantas horas de vida em torno do mesmo: nomes!
Mas já passou.
A grande vantagem do 4º ano é que a luta é em parte a mesma, os nomes são diferentes. Hoje luta um cérebro para tentar sorver e manter (!!!!) as abordagens terapêuticas e cirúrgicas deste ou de outro estado mórbido, ou então as classificações segundo aquele autor, aquela convenção, as diferenças entre a versão anterior... é uma luta. Mas é uma luta tão boa. O levantar da cadeira no fim daquela introdução teórica e ir recolher junto do nosso doente toda a informação. Muitas são as vezes em que procuro forma de explicar, sem sucesso, a sensação que invade. Por muitos sacrifícios, por muito que tenha custado, e custe ainda, esta aventura, eu sei que sim. Vale a pena.
É por aquilo!
A quase magia de ir ouvindo, validando, e orientando. Esclarecendo este ou aquele cenário. A possibilidade de contactar com as diversas formas de humanidade, de ser e estar na vida, o aprender com todas elas.
Sou sem dúvida feliz em Medicina. Porque me dá muito mais do que algum dia fui capaz, ainda que consciente da decisão, imaginar. E por isso luto, seja sexta, sábado, ou domingo... não há folgas, feriados, há uma luta a levar a cabo. Luta que se trava com folhas, canetas, post its e livros. Uma luta que me ajudará um dia a ser capaz de fazer a diferença no maior número de vidas que possa tocar.
E por isso, depois deste pequeno desabafo: voltemos, a lutar!

quinta-feira, fevereiro 05, 2015

7/12




Queria que este fosse o primeiro post do ano.
Um post feliz.
Quase dois meses após a minha última passagem por cá, posso agora dizer que está feito.

7/12

E cada vez falta menos.
Ainda não foi desta que me desviei do caminho. Estou em pleno trilho. A toda a velocidade.


2015
É o nono, quase uma década de resgistos que aqui foram ficando e que facilmente posso recuperar para lembrar o curso dos acontecimentos. Obrigada pequeno espaço, pela possibilidade de depuração sem prejuízo, sem julgamentos, sem freios decorrentes do medo da retaliação.

Ego!

sábado, dezembro 06, 2014

May it be

Há tanto que acontece ao nosso redor que não controlamos, que às vezes damos por nós num verdadeiro turbilhão a baixar os braços... e a deixar-nos ir, passivamente, porque apesar dos objectos que em nós embaterão, o dano parece não ser tão gravoso como se se oferecesse resistência (e porque paralelamente a força se esgota).

*May it be*

E que 2014 acabe rapidamente....

Uma folha em branco...

...assim gostava, às vezes, de me sentir: Vazia dos loucos pensamentos que me visitam. Da nuvem escura que me tolda a visão.

Cativa-me a ideia de começar de novo, como uma folha em branco - novo capítulo. Anseio por esse novo ciclo, novo ano. Busco persistentemente uma mudança que mais não é que a tentativa de me restabelecer, encontrar novamente a pessoa que deixei de ser algures no percurso.

Não deixa de ser curioso, logo eu com a minha secreta aversão à mudança, que sofria antecipadamente a nova realidade... (...ninguém quer mudar, quando está bem).
Hoje mudar é mesmo o que mais desejo: Mudar de cidade, de rotina, de paradigma de vida. Aproximar-me dos meus e com isso talvez mesmo, aproximar-me de mim. Tenho porém a certeza que não serei novamente aquela pessoa do imenso brilho no olhar, cheia de sonhos e vontade de mudar o mundo. Tenho plena consciência que o brilho se tornou baço, que a alegria escureceu e os sonhos deixaram de me visitar com a mesma frequência.

Tenho ainda o desejo contido de conseguir mudar o mundo. O meu mundo. As pessoas que passam pela minha vida. Gostava de ser capaz de em todas elas deixar uma boa marca. Apesar de tudo, não sou, nem nunca serei uma má pessoa, capaz de fazer deliberadamente mal a alguém. A minha consciência nunca mo iria permitir.

...
Uma folha em branco, e um novo começo!

segunda-feira, novembro 17, 2014

Sempre

"Sempre"
Uma noção variável. Vaga. Promessa válida no tempo em que o for, carecendo de comprovação. Dia a dia. Assim se constrói o sempre.
E o sempre de ontem um dia deixa de o ser. Deixa de o ser.
...
O mais que interessa não é a manutenção de uma sentença. Por teimosia. Por vezes ter a sensibilidade de assumir que o sempre, deixou de o ser é o mais difícil, mas o mais honesto.
Lutemos por um sempre do que é de facto importante. Nem que tenhamos de transformar tudo, virar do avesso... desde que seja sempre por algo melhor.

sexta-feira, outubro 17, 2014

You will leave a mark


*3/6*
Make this pass fast

terça-feira, agosto 26, 2014

Maternidade

Quando alguém pensa abraçar a obstetrícia, pensa-o sobretudo sob o prisma da criação. O fascínio pelo novo, pela magia que é ver-se perpetuada a vida.
As consultas de interrupção voluntária da gravidez, sendo uma realidade da especialidade, não são certamente a força motriz para optar pela área.
Se já por si custa, viver em parte o drama de alguém que tem de optar por essa decisão extrema (não sou ninguém para fazer qualquer tipo de juízo de valor acerca de realidades que desconheço). Mais custou ver-te a ti. Sozinha, com 21 anos. Uma insegurança e medo que transpareciam em todos os teus passos e gestos.
Mais custou saber os contornos da história. Ver como alguém tem de decidir algo tão sério sozinho. Sem ninguém que ampare. Com a acrescida vergonha de ter sido  vítima de um abuso, que sendo em parte consentido, não deixa de ser abuso e um acto verdadeiramente criminoso.
Saber que é uma realidade que acontece todos os dias, dá-me profundas náuseas. Entristece-me ver a frequência e facilidade com que o ser humano tira partido de condições de inferioridade para praticar os mais doentios actos. Abandonando posteriormente a vítima, com as sequelas do ocorrido.
Aprende-se muito nos consultórios.

Este verão tenho-me fartado de aprender.

terça-feira, agosto 19, 2014

Nefro

Entraste insegura, trémula. Os passos eram curtos e incertos.
Mas a porta tinha-te sido aberta, não vinhas só. Contigo, a amparar-te a cada passo vinha ele.
Sentaste-te. Ele optou por ficar calmo, em pé. A teu lado, ia compassadamente apertando a tua mão, afagando-te o cabelo.
Tinhas nos olhos enormes, um cansaço típico da tua condição. Ele nos seus, igualmente expressivos, toda a atenção e vontade de sorver toda a informação que fosse sendo vertida. E que rapidamente tentava transformar numa espécie de tentativa de plano de cura.
Ambos novos, nos seus 30. Ela com uma sentença de doença crónica, e um curso a tender para o dramático. Teria tudo para parecer a vítima numa história. Mas olhando bem para aquele amor. Aquele afecto genuíno. Aquela união. Ela sim era a pessoa mais abençoada daquele consultório.
Nem todos teremos a certeza de ter ao nosso lado alguém disposto a tudo, para o nosso bem. Disponível para abdicar de tempo, de vida própria, de si, porque só com aquela pessoa a vida faz sentido, mesmo que num trilho complicado, mesmo sem a feliz ingenuidade do fim.
Naquele momento, soube que independentemente das nossas dispares condições de saúde. Apesar de parecer que não... nós éramos as pessoas a necessitar de alguma intervenção e ajuda. Porque tu, menina dos olhos grandes e cansados, podes ter a certeza que tens toda a felicidade do mundo.

sexta-feira, junho 06, 2014

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança: 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 

Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança:
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem (se algum houve) as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto,
Que não se muda já como soía. 


 Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Por hoje, apenas isto!

quarta-feira, maio 14, 2014

Quero

"Quero dormir num abraço. Quero acordar num beijo. Quero passeios de fim-de-semana. Quero mãos dadas, passeios na praia e rebolar na areia. Quero ver o pôr-do-sol ao fundo, quero a lua como companhia e contar estrelas contigo. Quero jantaradas de amigos. Quero discutir o que fazer para o jantar. Quero sofá contigo. Quero cama contigo. Mesa contigo. Quero reclamar contigo porque não despejaste o lixo. Quero um "amo-te" a meio do dia, só porque te apeteceu. Quero provocar-te a meio de uma reunião, só porque me apeteceste. Quero saber o teu dia e contar-te o meu. Quero ter o teu colo sempre disponível e o meu ombro apetecível. Quero o teu abraço calado e a tua conversa chata. Quero o teu sorriso de menino tímido e o teu sarcasmo de homem decidido. Quero-te a ti. Sempre e em tudo isso. E tu? O que queres?" 

Rita Leston

domingo, maio 11, 2014

Let it burn



9ª Queima das fitas. A uma edição de preencher as minhas mãos cheias de Queima das Fitas - Porto.
A verdade é que é semana mais que terapêutica, pela overdose de música brasileira, shots e gomas.
Agora sinto margem para (re)começar essa caminhada que me separa do meio do percurso..


Vamos lá!

sábado, abril 19, 2014

X-Dog



O mimo que me dás a mim é incomparavelmente pequeno ao que te posso retribuir.
Os animais têm esta capacidade fantástica de entrega. Não falando transmitem-nos uma sensação de bem estar inexplicável.
E que bem que sabem estes teus mimos e lambidelas.

Love you too :)

::Aspectos positivos de vir a casa no fim de Páscoa quando se tem de estudar para uma frequência na terça-feira seguinte::

quarta-feira, abril 16, 2014

terça-feira, abril 01, 2014

Ego-centro



Há cenas da nossa vida que consideramos dignas dos melhores filmes.
Melhor seria que efectivamente fossem - cenas de um filme, e a elas pudéssemos  voltar vezes sem conta.

Há fases da nossa vida que memorizamos e gostamos particularmente. Esta que atravesso não será propriamente uma delas. Mas sei que é das fases que mais e fará crescer e moldar como gente, afirmando inequivocamente o que quero ser e definindo os critérios que estabeleço para mim.
Hoje dei-me permissão para fazer um post ainda mais pessoal. Egocêntrico. Meu.
Porque às vezes também é preciso olhar para nós. E ver o que faz realmente falta.
A mim fazem-me falta as pessoas do núcleo, o meu cantinho e essencialmente o habitat ao qual me acostumei.
De resto, e até voltar a essa realidade que anseio, farei de tudo por ser uma pessoa que eu própria gostasse de conhecer.
*

quarta-feira, março 26, 2014

Dia mundial do chocolate

Hoje o dia merece a política KISS:
*Keep
*It
*Short and
*Simple



sábado, março 22, 2014

Miss J with love`*

O amor mostramo-lo nas pequenas coisas:
No afecto.
No cuidado.
Na presença.
Num olhar.

Sempre fui de considerar coisas pequenas, detalhes. Desde leves pormenores das acções a formas de expressão verbal e/ou não verbal. Em todas estas formas se vê o afecto, mas também se sente a falta dele.

Apesar de o tentar contrariar vitalmente, tendo ainda em esperar essas formas de amor, as mais genuínas.
Mas se por um lado, num campo específico tem-se mostrado infrutífera. A Miss J através desse canal aberto de comunicação entre almas - directo- tem raiado os dias dessa luz de Primavera.
Tudo valerá a pena.
Um dia olharei para trás e terei percebido o porquê desta completa turbulência neste ponto específico do percurso. Desejo esse dia, anseio-o como se de um nascimento se tratasse... e talvez se tratará.

terça-feira, março 18, 2014

Fictitiously

Acende um cigarro.
Trémula, desse nervoso miúdo que electriza quem sente no seu âmago o potente soco da injustiça.
Aspira freneticamente esse conteúdo que se havia comprometido a deixar no passado.
E subitamente a nitidez do que a cerca vai-se perdendo, vai-se toldando a visão.
Morde o lábio. Sente esse quente sabor a sangue na boca. Impele-se a impedir que todo o tumulto se concretize sob a forma de choro.
(...)
Impacientemente tira o telemóvel do bolso, corre a lista dos contactos à procura de alguém a quem possa recorrer. Nome por nome, vão-se sucedendo imagens de pessoas, histórias cruzadas, pontos comuns. Mas rapidamente se apercebe que aquela pessoa não compreenderá.
Nome por nome...
E a lista acaba. 
Retoma-a. 
Acaba novamente.
Ninguém.
E o vazio que a assola é tal que a respiração é suspensa, o olhar fica vazio. Lentamente deixa-se escorregar pelas paredes e enrola-se na mesma posição que manteve nessa vida fetal, longínqua e segura.

Na cabeça dela apenas a busca incessante por um motivo. Um motivo para continuar. Ou um motivo para parar de uma vez por todas.