"Era um café, por favor."
Saiu de forma automática. Apenas o disse com a cabeça levemente levantada em direcção ao empregado, para não parecer arrogante. Olhou-o, mas tampouco o viu. Para si tudo se resumia aquele compasso de espera. Minutos? Horas? O tempo tinha então uma outra dimensão. E as unidades que o medem tinham perdido toda a lógica.
A chávena surgiu diante de si. Com os olhos fixos no líquido escuro, enquanto o fazia balançar circularmente, inalava o seu perfume. Neste ritual quase sagrado que parecia não mais ter fim, perdeu-a o pouco que a prendia à realidade.
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