Sei que mentes.
Cada vez que repetes, com uma segurança assustadora, essa redonda mentira é um pouco de mim que perdes com ela.
Nunca percebi porque o fazes. Nunca percebi. Por hora dá-me a sensação de que o fazes com um mal mais profundo. Que o fazes para te convencer de que é verdade. Se eu não sei, se me dizes o contrário, tem tudo para ser verdade.
Mas não é. A verdade é daquelas poucas coisas intocáveis. Não há intermédios, nem questões de ponto de vista: ou é verdade, ou é mentira. Simples.
E sei que mentes.
A mim, a ti, a outro(a)s!
E isso levanta a maior das questões existências com que me debati. Maior que qualquer uma das que me perseguiu nos longos conflitos mentais da adolescência. Isso faz-me pensar até que ponto cada afirmação por ti dita ao longo destes anos seria verdadeira. Faz-me por em causa tudo.
Não só a veracidade do dito, mas também a verdade do vivido, e a certeza nas pessoas.
Isto leva-me à maior perturbação de sempre. Ao maior conflito de sempre:
Trust, reliance on another person or entity. Having faith in others and believing them.
Confiança. Fé. Acho que toda esta história abalou seriamente a minha, não só em ti. Mas nas pessoas, nas relações humanas. Hoje, parece-me pura utopia pensar nas relações transparentes e honestas, que outrora tive como gold standard.
Gostava de conseguir reverter o processo. Mas o mais angustiante é ver que é independente da vontade, e por mais que queira não consigo, como eu Deus, acreditar nesta fé, na dos homens.
Sinto-me estranhamente amputada, diminuida dessa capacidade essencial à vida, ou pelo menos à minha concepção dela.
Sei que mentes.
Nunca perceberei porquê!
Ego....o local eleito para o reencontro comigo! Sem mais pretensões senão a de existir! Feito por quem desejou fazer das palavras de todos, um pouco mais suas!
domingo, maio 23, 2010
sexta-feira, maio 21, 2010
Algo inexplicável.
Não é tangível.
Depende de algo incontrolável e independente da vontade.
É uma espécie de fé. Mas nos homens.
A minha, a fé nas pessoas, foi-se perdendo com o tempo. Foi-me deixando a cada pequeno episódio menos feliz. Foi-me perdendo sempre que me vi enganada.
Gostava de poder acreditar nos outros de olhos fechados, como outrora. Gostava de manter essa inocência. Infelizmente, não depende da vontade.
Depende de algo incontrolável e independente da vontade.
É uma espécie de fé. Mas nos homens.
A minha, a fé nas pessoas, foi-se perdendo com o tempo. Foi-me deixando a cada pequeno episódio menos feliz. Foi-me perdendo sempre que me vi enganada.
Gostava de poder acreditar nos outros de olhos fechados, como outrora. Gostava de manter essa inocência. Infelizmente, não depende da vontade.
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