quinta-feira, março 28, 2013

Miss F!


Há pessoas que em alturas determinadas da vida parece que não nasceram para serem felizes. Sem que se saiba explicar bem porquê parecem acumular episódios de infortúnio, como se fizessem colecção.
Esta situação é sempre constrangedora e injusta, mas revolta ainda mais quando vemos que os alvos deste arranjo universal são pessoas maravilhosas e genuinamente boas, que mesmo dadas as circunstâncias, teimam em seguir com esses mesmos princípios.
Sei que acreditas que não conseguirás nunca superar esta doentia história, com todos os seu contornos revoltantes. Mas superarás sem qualquer dúvida. Vai doer. Mas o dia chegará em que olharás para isto tudo e concluirás que foi a melhor coisa que te podia ter acontecido: "Não ter dado certo, mas teres tentado tudo quanto podias".
Nesse dia, não só te tranquilizará o facto de não teres motivos para te culpares, também verás com uma clareza cortante, que foste a melhor coisa que ele teve e que simplesmente deitou fora, mesmo depois de uma e outra hipótese de compor a situação.
Acredito sem dúvida alguma que o futuro te reserva surpresas maravilhosas, mas até para as poder agarrar é preciso estar receptivo. A partir de hoje e por muito que te custe acreditar, estás receptiva. Tens toda a abertura e possibilidade de seguir com a maré e colher o melhor da vida. Não são conjecturas minhas. Não me perguntes como, mas sei que sim.
Vais ser muito feliz, vais sorrir muito, amar imenso. E ver nisto uma verdadeira lição de vida, que mostra o quanto nos podemos enganar, e o quão rara e preciosa é a amizade e confiança verdadeiras... vais voltar a fazê-lo. Porque eu própria o fiz. E sei, hoje, que essa pessoa que eu conheci em 2003 e cujo capítulo encerrei há já uns bons anos foi a melhor lição de vida, foi o maior abrir de olhos para as verdadeiras e valiosas pequenas coisas da vida.
E no entretanto, tens-me aqui, todo e qualquer dia. Porque o que nos une, ninguém jamais separará.
Gosto muito de ti F*

*E vai tudo correr bem*

domingo, março 17, 2013

Diálogo nº1


AE-Porque é que simplesmente não ignoras o ocorrido? Não tem de te afectar, sabes? Já passou muito tempo, olhando para trás sabes que fizeste o que podias, deste o que tinhas.
R-Sim. Mas é a sensação de faltar algo, não é qualquer desejo de reviver as coisas, ou mudar o que quer que seja. É mesmo sentir falta de alguma justiça no processo, percebes? E oscilo entre repressão desta vontade porque faz de mim alguém vingativo, e a vontade de o assumir abertamente.
AE- Entendo-te perfeitamente, porque há situações e histórias demasiado más para as esquecer. E no teu caso motivos não faltam para ter fome de justiça. Mas diz-me sinceramente, sentes vontade de tomar acção?
R-Como assim? Se tenho vontade de fazer alguma coisa a respeito do que aconteceu?
AE-Sim!
R- (...) Acho que não. Não, não quero. Lá no fundo sei que os meus momentos de indignação e como tu dizes "fome de justiça" nunca poderão ser tão maus como os de viver com o peso na consciência de ser má pessoa.
AE- Sim.
R- Nem quero imaginar o que possa ser a sensação de saber que não se vale sequer o ar que se inspira. O que é ter em nós um mar de mentiras e saber que não somos sequer por perto, a pessoa que tentamos criar. Não. Tenho a certeza que não tenho de fazer nada para que se sinta ainda mais miserável. Porque é normal, é mesmo miserável.
AE- Mais uma vez, tudo pela "pessoa melhor"?
R- Sabes bem que sim. Tenho essa herança em mim. E tentarei sempre honra-la a cada passo.
AE- Ela certamente estará orgulhosa da pessoa que te tornaste.
R-Gostava mesmo que ela estivesse cá para ver o quanto crescemos, o tanto que todos atingimos.
AE- É nisso que te refugias?
R-Não é refúgio, não. Não me estou propriamente a esconder, ou a fugir de nada....
AE- Perdão, vou corrigir: "é nisso que te inspiras"?
R- Definitivamente.
AE- Sabes a sorte que temos por ter tamanho clã?
R- Completamente. E por estas coisas, por saber isso mesmo. Achas que valerá a pena voltar as costas a todos os ensinamentos e exemplos que herdei, por alguém tão pouco merecedor?
AE- ... Tens razão.
R- .... Vamos lá, falta pouco já. Técnicas de Imunoaglutinação.
AE- Ok! Vamos lá

quinta-feira, março 14, 2013

Núcleo

Hoje é dia de prestar, embora que pequena, uma homenagem a quem para além de me ter criado, me proporcionou todas as condições para ser melhor. Melhor em cada dia. E em vós me inspiro uma e outra vez, todas as que sejam necessárias.
Porque nem todos têm a feliz e sólida referência que me proporcionais.
Obrigada por todos os sacrifícios feitos, que fazem e os ainda por fazer.
*

terça-feira, março 12, 2013

Miss C



Nutro por ti um sentimento maternal. Tal como as mães não consigo esquecer-me de ti "pequena" e frágil. Serás sempre assim aos meus olhos, por mais que cresças entretanto.
Maternalmente desejo que tenhas apenas felicidade e realização. Não desejo qualquer mais valia da minha parte.
Um pouco de cada dia passa por recordar momentos da tua "infância", de quando te conheci. Foi uma época especial, gostei muito de pertencer ao teu crescimento e hoje fico feliz por ter contribuído um pouco para a pessoa que és.
Não preciso que sintas o mesmo do outro lado, tenho em ti o meu legado.

*

domingo, março 10, 2013

Tem mais encanto....



Será?
A ser verdade, tenho mesmo que deixar sair esta alegria, deixa-la tomar forma no rosto sob a forma de sorriso.
Terás certamente outro encanto, um novo, mágico e gigantesco encanto. E assim sendo, está quase a minha fase de negação pessoal. Posso ser eu, ter as minhas coisas e sorrir.
Tem de ser.
Porque outro tanto de tempo é incompatível com qualquer saúde mental.
Tens tanto encanto, agora :)
*

sábado, março 09, 2013

1.10!


*
Com uns dias de atraso, mais próximo do marco maior. Mas não podia deixar de marcar de algum modo o mimo que me foi dado nestes dias.
Ser recebida com tanto carinho e cuidado, faz com que seja ainda mais especial este cantinho.
Obrigada é uma palavra tão pequena para o tanto que queria agradecer.
*

terça-feira, março 05, 2013

Alguém explique



Talvez ancestralmente, o meu fascínio por esta área seja em parte tentar compreender o porquê.
Do ponto de vista científico já me foram apresentados vários "porquês", mas hoje, deixem-me ir com a irracionalidade típica de um familiar e amigo.
Alguém me explique. Por favor. Porque é que parece ser tudo menos casual nas vítimas que escolhe. Porque é que todas as pessoas do meu núcleo que foram apanhadas pela casuística, são pessoas a quem a sorte havia de ter reservado outra coisa.
Não consigo sequer racionalizar nesta avaliação. E por muito que o tente, ainda hoje não consigo justificar como foi o mesmo tipo, NSCLC, bater à porta dos meus avós maternos. Os dois, com meses de diferença. Quando a identidade genética aqui é zero, e o factor ambiental ainda não o identifiquei, mas há-de ser algo incrivelmente certeiro na hora de reivindicar os seus doentes.
Anos passaram, e talvez com alguma sorte, relativamente à situação referida muito me valeu o facto de na altura ter sido demasiado jovem e protegida pela inocência para me conseguir aperceber da dimensão do problema.

Mas alguém me explique este outro caso. Independente. Indivíduo do sexo feminino, 25 anos, sintomas vagos: "algumas perturbações do equilíbrio, alterações motoras, e auditivas...." a acrescer a uma vida pejada de achados médicos, desde intolerâncias alimentares a alergias várias, tudo fez o médico desconfiar de doença auto-imune. Veio a TC mostrar tratar-se de uma neoplasia. Alguém me explique. Porque um dia vou ser eu a ter de explicar. Como dizer a alguém, que tem a vida pela frente, todos os sonhos, a alguém absoluta e totalmente FANTÁSTICO. Como dizer, que afinal os planos nada valem, que os sonhos não serão mais que isso mesmo, que o amanhã deve ser preterido e visto doravante como um "hoje".
Alguém me explique, uma, outra e as vezes que forem necessárias. Porque eu não consigo entender. Das tantas pessoas que podias escolher, como vais sempre ter com as pessoas que não deviam ter contigo contacto.
Alguém me explique.

*A ti, minha pequena Papagaio*

segunda-feira, março 04, 2013

Ficar-me-á na retina


Será o meu papel mata-borrão que usarei para absorver sentimentos menos bons. Sempre que a tristeza tentar tomar lugar, recorrerei a esta memória, a esta imagem. Tempos mais conturbados se anunciam. E como tal consideremos estes escapes como autênticas reservas de força anímica.
Está gravado o momento, o local, a foto, a companhia. Está para sempre registado aqui, no meu cantinho do desassossego, na retina, que não esquecerá a beleza do momento, e no coração.
*

domingo, março 03, 2013

Fim de tarde*

Acho que merecia algo assim com uma frequência no mínimo semanal. Um fim de tarde de sol, sem pressas para correr para o estudo de um lado e sem trabalho do outro.
A vida é feita destes pequenos momentos. No fim de contas são as memórias que ficam, é o que nos permite seguir com a luta diária.
Não, não foi, não é, nem nunca será fácil. Mas assim me habituei a ir tendo as coisas, a pulso.
E num mundo em que o adjectivo que nos marca é mesmo o do reino do "efémero", é bom saber que tenho as minhas pessoas, o meu espaço e um núcleo imutável.
Porque estas coisas simples são efectivamente as que nos fazem mais felizes.
Café, sol, água e um beijinho
*