E logo aí adoro como se pega em algo que tão simplesmente deveria significar "sentimental, relativo àquele que sente" e vemo-nos pejados de estereotipo negativo, e passo a citar a definição "oficial", by priberam:
Relativo ao sentimento.
2. Afectuoso .
3. Impressionável.
4. Pessoa impressionável, afectuosa ; piegas.
Quando dizemos que alguém é sentimental, não nos queremos referir ao facto de ele sentir, não. Adicionamos logo a implícita ideia que o indivíduo é ou impressionável, ou afectuoso, ou piegas.
Fantástico como numa só palavra cabem coisas tão dispares. Porque sinceramente, à luz dos meus míopes olhos, uma pessoa afectuosa não é o mesmo que uma pessoa piegas. (Só faltava o nosso primeiro, agora vir pedir aos portugueses para não serem sentimentais ;)
Voltando ao cerne do propósito que me levou a interromper o estudo da miologia da região antero-externa da coxa: escrever um post sentimental.
Sim, sobre sentimento. E hoje decidi escrever um especificamente relativo ao amor (daí o alerta inicial, quem ainda não parou de ler, tem uma boa hipótese de o fazer agora).
Sim, hoje o amor traz-me a escrever aqui, e fez-me tomar esta decisão porque reparei que em breve farei 6 anos de ego e ainda não me tinha dado a este luxo.
Não o fiz porque sempre me deixou constrangida falar deste sentimento em particular. Como se fosse algo que não devesse ser explorado. Seis anos passaram. Hoje não penso assim. Talvez alguma maturidade. Talvez as muitas cabeçadas que dei pelo percurso. Certamente por estar numa fase muito produtiva. Talvez um misto de tudo.
Hoje dei por mim com vontade de deixar registado aqui neste espacinho que actualmente este é sem dúvida alguma o sentimento ao qual mais responsabilizo pelo curso deste meu rumo vital. Bendito sejas por me teres levado a contrariar toda a lógica e pensamento racional. Por teres deitado por terra todas as premissas mais que uma vez. Obrigado por me teres iluminado este coraçaozinho com tendência para as brumas e perfil soturno.
Hoje preenches as minhas acções, e movimento. Como a D. Adelaide de 89 anos , minha primeira paciente disse: "temos de saber amar, toda a gente." Farei por não me esquecer dessas palavras.
Sei que aumento consideravelmente a probabilidade de me vir a magoar no decurso dos acontecimentos. Mas terei certamente vivido muito mais. Sei-o hoje, valerá a pena.
E agora, antes de regressar ao estudo e rever as inserções, e movimentos que estão da dependência do Sartórius, tenho apenas de te agradecer. Por seres responsável por esta considerável mudança nos padrões que me regem. *
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