sexta-feira, setembro 15, 2006

Ruas Invictas




Sai a atonia que vive em nós, fervem ideias, acções são tomadas aos tumultos… Nas ruas vejo novamente corpos sem face movendo-se apressados, vejo-os nas suas rotinas, envoltos em problemas, insensíveis a quem por eles passa, ao homem que pede por um pouco de pão.
Ouço os milhares de passos que por ali trilharam parte de um caminho interminável… do meu canto, desta janela, claramente vejo a bolha onde cada um se isola, e se cega para todo o resto!
Mas sei que assim que me erguer do meu posto privilegiado, assim que sair à rua, também eu visto a minha bolha e participo igualmente neste impessoal modo de viver, esqueço o quão reprovável ele me pareceu…
Movo-me entre os muitos, invisível aos seus olhos, estou lá… contorno-me à realidade, acabo por me moldar e abandonar ao comodismo e cobardia. Também eu me torno surda aos passos dos outros, cega ao apelo do necessitado… Porque não está alguém à janela para me ver?

2 comentários:

Anônimo disse...

É tal bolha Actimel que tu gostas tanto. Por vezes é melhor viver a vida de olhos fechados.

Anônimo disse...

atonia s. masc., o m. q. não ser toni, não ser tone, que não está relacionado com aves em geral