domingo, setembro 03, 2006

Mito da Música




Notas soltas, notas que esvoaçam, notas que vêm e vão, notas que ficam… como um suis generis elemento elas estão impreterivelmente presentes!
As notas relacionam-se, criam afinidades incompreensíveis para um ser como o humano e juntam-se em melodias várias. Se fossem de outra espécie à sua união se chamaria casamento, mas como de notas musicais se trata por convenção se denomina “Música”.

Com vários registos, inúmeras sonoridades elas constituem o auge no acto de comunicar, conseguindo muito mais eficazmente transmitir situações e sentimentos, é o instrumento primordial dessa raça que é a humana na comunicação intra-espécies, e como tudo começou?

Quando o mundo foi criado e com ela toda a vida, surgiram as notas musicais. Rapidamente as notas e a sua música encheram os céus, invadiram a atmosfera e como uma chuva preencheram os minúsculos habitáculos… contactaram com os diversos seres, mostraram na sua actuação toda a sua força e beleza, mas os pobres animaizinhos não percebiam o que aquelas vibrações com tradução sonora queriam indicar e todos eles se afastavam, amedrontados… e as notas continuavam, numa melodia triste a vaguear pelos ares… e através dos mesmos ares elas chegaram, chegaram aos ouvidos de um ente feio, desprovido de grandes armas, sem pêlo, dentes afiados ou garras, chegaram a um ser aparentemente frágil e sem maior arte, nem diferença para com os demais senão um brilho no olhar que dava porta directa para a “alma” órgão mágico onde se armazenava todo o poder da criatura.
A melodia da música chegou, mais uma vez se fez vibrar pela atmosfera na actuação que tantas vezes repetira…mas algo foi diferente, algo naquela débil criatura se alterou, o brilho de acesso à alma das esferas oculares intensificou-se, o brilho virou límpido líquido crescendo com cada nota musical, dilatando as esferas e abrindo cada vez mais a porta…até que com uma nota aguda, a música parou, os céus pulsaram, o chão tremeu… e dos olhos daquele frágil ser, caiu o brilho, o produto da alma, da mais forte das magias…caiu uma lágrima… e as notas, pela primeira vez foram compreendidas e sentidas e contra todas as suas mais felizes expectativas também elas conseguiram compreender e sentir igualmente o delicado ser.
Duas entidades se juntaram numa simbiose milenar, não mais o pequeno ser quis estar sozinho, nem a velha música incompreendida. Eles permaneceram ligados, como um… e ainda nos nossos dias a alma vibra de acordo com as notas musicais que nela entram e vice-versa!

Um comentário:

Anônimo disse...

ate uma trompete faz musica...
don't cry 4 me r. j. ....

;-)